Na idade média, as peças de teatro eram todas de caráter religioso e costumavam ser apresentadas no pátio das igrejas e dos mosteiros. O grande nome do teatro português no Humanismo é Gil Vicente. Até seus 70 anos de vida, estima-se que possa ter escrito cerca de 44 peças. Sua primeira peça foi escrita no ano de 1502 conhecida como "Auto da visitação", em homenagem à rainha D. Maria pelo nascimento de seu filho.
Suas peças procuram tematizar o comportamento mundano de membros da Igreja, suas críticas jamais foram voltadas para as instituições religiosas e sim para os indivíduos. O teatro vicentino coloca no centro da cena erros de ricos e pobres, nobre e plebeus; o autor denuncia os exploradores do povo, ridiculariza os velhos que se interessam por mulheres jovens, como na farsa "O velho da horta". Ele tinha como idéia então, trazer de uma forma engraçada os problemas da sociedade portuguesa no século XVI.
Suas obras eram divididas em três fases:
Autos pastoris: gênero a que pertencem algumas das primeiras obras do autor. Algumas dessas epças têm caráter religioso.
Autos de moralidade: gênero em que Gil Vicente se celebrizou. Suas peças mais conhecidas são autos de moralidade, como "Auto da alma".
Farsas: peças de caráter crítico, utilizam como personagens tipos populares e desenvolvem-se em torno de problemas da sociedade. As mais populares são a "Farsa de Inês Pereira", história de uma jovem que vê no casamento a sua chance de ascensão social, e a "Farsa do velho da horta" que ridiculariza a paixão de um velho casado por uma jovem virgem.
VELHO Tão depressa
vinde vós, minha condessa,
meu amor, meu coração!
:)
